Um estudo divulgado no início de março pelo Governo do Estado de São Paulo apontou dados estarrecedores na educação. Segundo os dados, estudantes do terceiro ano do ensino médio tiveram as piores notas em matemática na série histórica que mede o desempenho dos alunos.
As provas do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) foram aplicadas em dezembro para mais de 642 mil adolescentes do 5º ao 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio.
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A maioria dos estudantes do 3º ano do ensino médio (58,7%) saiu da escola estadual no ano passado sem saber o básico de Matemática. Os alunos obtiveram nota 264,2 na disciplina, valor que nunca foi tão baixo em toda a série histórica do Saresp, que começou em 2010. Em Língua Portuguesa, os dados também preocupam. Os resultados despencaram em relação a 2019 e foram semelhantes aos de 2013. Estudantes do ensino médio deixaram a escola com desempenho que seria adequado para um aluno quase cinco anos mais jovem.
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O governo pode tentar jogar a culpa na recente pandemia, mas os dados ruins já ultrapassam uma década. Infelizmente, nos últimos anos o PSDB tem se omitido e destruído a educação paulista. Nossos profissionais estão desvalorizados e desanimados, dando aulas em escolas sucateadas e sem as mínimas condições.
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Na atual gestão, então, a situação piorou: a contribuição à previdência só aumentou, as perdas salariais não foram repostas e as condições chegaram ao limite para alunos e, principalmente, professores.
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Criticar é muito fácil, mas desde agosto de 2020, cinco meses após o início do distanciamento social, propus uma solução na Assembleia Legislativa para que nenhum aluno ficasse sem aula. Nosso projeto garantia a distribuição de um dispositivo com acesso à internet para nossos jovens e professores. Minha proposta, inclusive, cortava parte dos salários dos deputados estaduais, enquanto a ALESP destinou mais de R$ 300 milhões para ajudar o governo no combate à pandemia.
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A grande maioria de nossos alunos e professores não tinha como acessar as aulas remotas por conta de falta de notebooks e de conexão à internet.
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O governo, a todo momento, se mostrou insensível a esse grande problema. Para ser mais claro, deu de ombros quando deveria arregaçar as mangas e trabalhar. Hoje, São Paulo infelizmente amarga essa posição por consequência do voto dos paulistas há quase três décadas nos tucanos.
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É por isso que vou lutar muito para eleger um professor como governador no Estado de São Paulo. Não podemos tolerar tantos retrocessos de cabeça baixa e perder a capacidade de nos indignarmos.
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Luiz Fernando é deputado estadual pelo PT (SP)